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Atraso

Tava pensando no atraso. Ele faz bem porque pode  evitar um acaso sem culpa. Pode celebrar a vida no paraíso ou evitar a causa do falecido....

sábado, 18 de maio de 2013

Predador de sonhos

Amarelo é a cor dos olhos de alguém que conspirava,  que sonhava com um mundo verde. E uma música toca no You Tube que a faz pensar em produzir algo semelhante a um paraíso. Faces surgem cansadas no pensamento que flui.

E ela volta , toma um cálice de vinho e até gostou da visita de um parente, tamanha a solidão e falta  de opção. Um cálice de vinho rega a garganta ríspida de cotidiano. O corpo amolece e esquece o cansaço do dia pesado.

 Ela se rende. Tudo ou nada a surpreende. Volta e toma um gole quente de vinho. Nas suas costas uma brisa da janela.

 Ela mareja os olhos e não esquece nunca . Sonhou. Buscou do seu jeito estar próxima da pessoa que povoava seus mais secretos sonhos. Mas ela perdeu o que nunca teve. Pode isto?

 Perdeu a cor dos olhos que nunca viu, sentiu uma música que não ouviu e pensou numa face ou mãos que nunca tocou. Difícil imaginar . Só sonhou com o verde. Como um cego que nunca viu uma cor . Seria tão suficiente um pouquinho só de atenção. Um amor diferente. Sem toques , sem volúpia. Só. Um verde. No pensamento de um cego. Só. Um verde.

Quem perdeu? Nunca encontrou . O quê? Aquilo que não podia ter. O paralelo. A lua em evecção, o muro e o estar em cima do muro. E o satélite da net.. Imperfeita flor...Um crediário rancor...um resto de gente. Uma Maria das Dores qualquer contando uma melancólica história. Ensolarar um dia do tempo que voou. Desencardir o rancor. Nessa hora fazer a diferença porque o nada está perdido.Desbotar o verde. E perdas... Pés no chão. Cadê os sonhos?

E dizem que amar é se tocar. Não pode ser ilusão pensar ser amada. Ela sabe. O amor é uma invenção e cada um o inventa de acordo com sua precisão. Você precisa de quê?

Foi tudo uma farsa. Uma página se fechou de repente sem acabar a leitura ... Somos predadores de sonhadores. Mas  o predador maior, rei da sobrevivência comeu  o verde. Nós nos perdemos.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Cotidiano


Amanheça,

programe
levante
cante

Amanheça,

adjetive
a vida
o dia

Amanhece
também o
espelho

Amanhece
o trabalho
o mágico
a fada

Amanhecem
As vogais
solitárias
em busca
de descoberta
de uma nova vogal

e juntando às consoantes
formar um novo dia

Cotidiano dia
sem esperança
de mudança...

quarta-feira, 1 de maio de 2013

O mundo tem jeito?

Oi?Eu queria te contar tantas coisas mas você não se interessa mais pelas coisas que lhe digo. E eu só queria um amigo. Mas para você meus assuntos não lhe interessam. Perdi a noção do que seja amigo. Mas mesmo assim vou lhe contar.Pensei no que podia ter feito para te magoar. Mas percebi o sinal. Minha ideia de amizade é mesmo equivocada. Fico parecendo uma pisicopata. Igual uma do filme que ...bom deixa pra lá.  Vou relatar o que aconteceu na minha rua, onde eu participei dos fatos.

Eu estava na minha distribuidora de bebidas conversando com uma cliente e vizinha quando meu gato Luan passou e roçou nas pernas dessa minha cliente. Eu disse que o gato era meu e que era muito mimado , dormia comigo nos pés da cama e que já havia sumido e apareceu de repente. Tudo indicava que ele, o gato, tinha sido roubado e que o soltaram numa noite de volta pra casa. Até falei que o ladrão de gato foi muito camarada em tê-lo devolvido. Conversa vai, conversa vem(coisa de mulher), eis que minha cliente e vizinha me disse "uai tem um menino ali apedrejando um gato, não é o seu?".

Olhei depressa, fiquei chocada. Um gato tentando entrar por baixo de um portão, agonizando e o menino atirando pedra com vontade. Dava pra ver o longo rabo peludo do gato. Isso tudo pasou num segundo ou pouco mais( a observação). Saí em disparada, gritando para acudirem meu gato. Essa minha cliente foi na frente. O menino correu e entrou num portão, disse a cliente. Cheguei perto do gato. Não era o meu. Era a gatinha do vizinho. Olhei para ela bem de perto e vi suas pupilas dilatatadas. Seu pavor, ofegava e da sua boca saia uma baba de sangue. Não conseguia levantar e tava brava. Minha amiga me disse pra não tocá-la.

Não me reconheci nesta hora porque sempre fui calma e equilibrada. Me revoltei, fiquei fora de mim e fui bater palmas no portão que o menino tinha entrado. Pensava que era uma criança de uns doze anos. Ninguém atendeu.

 Então corrí para o portão ao lado. Saiu uma senhora de idade. Nisso minha amiga chegou junto e perguntou à senhora quem morava no outro portão e ela respondeu que era o neto dela. Disse a ela que ele agrediu mortalmente um gato e que para os animais agora tinha lei de proteção e que não ficaria assim. De repente a rua já tava cheia de gente, inclusive minha cunhada que não deixava injustiça por menos. Nesse momento ela, a minha cunhada, já estava com o celular no ouvido acionando a polícia.

 Eu tava tremendo de indignação. Saí dali, fui no dono da gata. Ali onde a gata fora agredida. Batemos palmas , a minha amiga e eu. Saiu um senhor de uns quarenta anos. Falamos pra ele o que tinha acontecido. Ele não tinha visto nem ouvido porque tava dormindo e não percebeu que era com a gatinha do enteado dele que tava trabalhando. Pegou a gatinha examinou e disse que ela tava com os quadris quebrados. Contamos o que aconteceu.

De repente apareceu o menino e a mãe. Falou a versão dele que adorava gato e que tava tentando ajudar a gatinha que tinha sido atropelada. Mentira. Tinha muitas testemunhas que viram o menino tentando matar a gata. Nessa hora lembrei que meus dois gatinhos desaparecidos todos na sexta-feira podia terem sido assassinados por este  moleque. Por falar nisso ele tinha mais de dezoito anos, carinha de anjo .Cabelos anelados como os de um anjo.

Minha cunhada conseguiu falar com uma viatura policial por telefone celular. Ela contou o acontecido mas eles disseram que tinham mais o que fazer. Então ela disse que o assassino de gatos seria linchado ali mesmo. O povo tava revoltado(exagerou, é claro). Mas a polícia apareceu em dez minutos. Quando se trata de preservar os direitos de um desumano eles querem logo garantir integridade física. Mas covardia e perversidade contra animais fecham os olhos...bem .

Encurtando a história eles, os policiais chegaram, desceram do carro. Eram dois, fardados como sempre e foram apurar a história, num pouco caso. A minha vizinha era a principal testemunha e contou o que tinha visto, etc. Os donos    mostraram aos policiais a gata. . De longe ninguém podia chegar. De repente conversaram com o desumano, deram um tapinha nas costas dele. Entraram na viatura sem levar o dito cujo. Nem o forçaram a pagar as despesas com veterinário. As vítimas, dono e gata ficaram ali num vazio, sem entender. No mínimo duas transgressões foram cometidas. Uma contra os direitos dos animais, outra contra os direitos de possuir um animal. Vieram com uma história de que gato tem que ficar na gaiola. Pode? Quanta ignorância, se nem passarinho pode viver preso e gato é animal doméstico. Existe isso? Tô por fora. E outra, o animal foi agredido do nada, na porta de sua casa.

O que aconteceu é que foi perfurado um dos rins do animal, quebrou a bacia entre outros ferimentos que seriam maiores se não tivéssemos visto na hora. Pode ser que eu esteja enganada mas os meus dois gatos que sumiram tenham sidos assassinados. Mistério!

E o meu Luan? Tava no quarto dormindo com as patas pra cima com a língua de fora. Vivo, é claro e muito folgado. Lindo Siamês.

Mas, sabe, mesmo com tanta maldade, tanta  impunidade ainda há solidariedade e humanidade em muito mais pessoas desse mundo. E é só por isto que vale à pena viver mesmo que não haja esperança.

Quanto a você, meu amigo boa sorte neste mundo e acredite na flor do asfalto e chute as pedras do caminho porque aquele bicho, meu Deus , era um homem!