No armário da vida guarda-se cheiros, imagens e travessias inúteis, tropeçadas por um diagnótico saudável de que somos vários ao mesmo tempo.
Neste diagnóstico percebe-se vidas ralas preste a evaporar pela falta de sonhos e planos. Que coisa, né? E aquilo que poderia ser saudável, virou um tropeço, um desperdício de tudo que embriagasse a memória num esvaziar de chumbos e balas perdidas.
No armário da vida está lá perdido os sonhos já amarelados e desatualizados sem serventia para o momento, sem contexto.
É hora da faxina. Limpar os armários, selecionar o que vale a pena e jogar no lixo não reciclável sonhos com prazo de validade vencido. Chega!. Não é final de ano, mas faxina em armários não tem hora. Pensa que é fácil? Pensa que pode aproveitar algum sonho? É como uma frase feita " O passado é uma roupa que não nos serve mais". Aí você me dirá " Então doe!" Mas o passado é uma roupa que não nos serve enfeitada de sonhos deterioráveis.
Somos vários ao mesmo tempo que não nos reconhecemos mais, é preciso acompanhar cada limite, cada esfera, cada grau de estrada que nos faz alcançar o último desejo, último planejar.
Que diagnóstico é este sem tratamento? Examinou a consciência, as crateras na memória fraca, quase morrendo, os sonhos entornados, enviesados e em marcha a ré? Mistura de palavras sem sentido?
É o viajar do tempo. Travessia sem retorno. Sem ponte nem lembranças. Apenas travessia.