No ar
dorme
um anjo
Uma pluma move
move olhos marejados
em lágrima
Corre
pela Terra
sons de
flauta
anunciando
O arco-íris
imóvel
saboreando
o rosa,
o verde
de esperança
E o azul
daqueles
olhos
marejados
secam com
o vento
E o pássaro
compete com as
nuvens
rosas
O acordar
desperta o
incolor
amanhecer
Postagem em destaque
Atraso
Tava pensando no atraso. Ele faz bem porque pode evitar um acaso sem culpa. Pode celebrar a vida no paraíso ou evitar a causa do falecido....
domingo, 30 de outubro de 2011
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
Cobra cega
Ouve a causa
Não fale a ninguém
O amor chora
por não existir
E você?
vem?
Que lado
se procura?
Não é bom
ir
Fez do sério
brincadeira
Cobra cega
brincadeiras
sádicas
Corrida cega
e procura
do que
existe?
Brincadeira
Toca uma
música
insistente
despede-se
repetidas vezes
Acaba a bateria
mas letras repetidas
soam
enjoam
enjoam
param
param
param...
pa...
Não fale a ninguém
O amor chora
por não existir
E você?
vem?
Que lado
se procura?
Não é bom
ir
Fez do sério
brincadeira
Cobra cega
brincadeiras
sádicas
Corrida cega
e procura
do que
existe?
Brincadeira
Toca uma
música
insistente
despede-se
repetidas vezes
Acaba a bateria
mas letras repetidas
soam
enjoam
enjoam
param
param
param...
pa...
sábado, 22 de outubro de 2011
Uma questão de visão
Ela teve uma vida...Simples? Mais além: sofreu na infância privações econômicas, assédio de todas as espécies desde sexual até...Mas o que mais a incomoda é que em um desses assédios partiu do próprio pai, que mesmo depois de morto ainda a faz lembrar com mágoa.
Casada, beirando os cinquenta anos, com dois filhos. Um já quase se casando, universitário. O outro com dez anos. Uai, que diferença é esta de idade? É que este de dez anos foi adotado por ocasião de uma promessa. Ah, tá. Explique. Certo.
Ela quando solteira trabalhava em casa de família porque seu pai alcoólotra não provinha a casa do necessário. Sua mãe lavava roupas pra fora e ainda por cima todo dia levava uma coça impedindo-a de trabalhar até mesmo em casa. Imagine de quem levava a coça? E ela, não a mãe, foi se revoltando...
O que vem ao caso é que aos dezessete anos já há muito tempo trabalhava e ganhava seu dinheirinho. Aproveitou este dinheirinho e pagou um curso técnico de enfermagem.
Era uma correria. Saía do trabalho, onde dormia, e ia pro curso que começava ás dezenove horas.
Conseguiu concluir o curso. Estava orgulhosa de si. Prestou concurso. Passou. Foi chamada. É lógico, depois de quase vencer dois anos. Era pela prefeitura, num CAIS. O salário? Pouco mais de um salário mínimo. Para completar, trabalhava num hospital particular também. Era a semana inteira sem dormir de noite. De dia, trabalhava nos trabalhos rotineiros de dona de casa. Era muito perfeccionista com limpeza e organização. Nesse meio tempo já tinha se casado.
Depois de mais de dois anos casada não conseguia engravidar. Então resolveu fazer uma promessa. Ela adotaria uma criança negra, porque é real que num país preconceituoso, para estas crianças é difícil serem introduzidas ao lar da maioria de brancos. É fato. Foi atendida. Nasceu um menino. Depois de muito tempo cumpriu a promessa e também não teve mais filhos.
Seu marido era um homem tranquilo, ajudava muito nas tarefas de casa. Mas ela com o tempo se tornara rude, exigente, maníaca com limpeza e organização. Sargento mesmo.
Ganhou um terreno e começou a construir. O marido foi o pedreiro e ela o servente. Isto tudo nas horas vagas.Sua casa ficou pronta. Mas sempre faltava algo e a casa viveu em frequentes reformas até se completar no mais ou menos ideal. Será?
Passou no concurso da saúde em esfera federal. Hospital das clínicas. Este pagava bem. Mas não largou o do CAIS. Largou o do hospital particular.Foi enchendo a casa de todo o aparato consumista, financiamentos, etc. Cartões com limites médios. Viagens de férias, almoços para a família, churrascos, ceias de Natal. Tudo realizado em sua casa. Salão de beleza toda semana. Sapato novo. Enfim,...
Os filhos foram crescendo e o apego às coisas também. Cresceu ainda mais a agonia por limpeza e organização. Não se sabe sé era doença mas via bactérias até na boca do marido, evitava de beijá-lo.
Um dia começou a mediunizar bactérias. Ela as via literalmente. Via se movimentando no ar como borboletas. Via nos pratos, na pia, no cachorro, no gato, nas plantas, no banheiro, em seu corpo, nas pessoas. E não era coisa de sua imaginação não. Ela via mesmo.
E era como se seus olhos tivessem virado microscópio, como que se tivessem lhe implantado lentes de aumento. Mesmo com os olhos fechados , via.
Passou a limpar, limpar que não mais via em sua volta a própria vida e os benefícios de suas conquistas.
Ela era um microscópio, só enxergava coisas minúsculas.
Ela, a vidente, ela perfeita, máquina...limpeza!
Será que Freud explica?
Casada, beirando os cinquenta anos, com dois filhos. Um já quase se casando, universitário. O outro com dez anos. Uai, que diferença é esta de idade? É que este de dez anos foi adotado por ocasião de uma promessa. Ah, tá. Explique. Certo.
Ela quando solteira trabalhava em casa de família porque seu pai alcoólotra não provinha a casa do necessário. Sua mãe lavava roupas pra fora e ainda por cima todo dia levava uma coça impedindo-a de trabalhar até mesmo em casa. Imagine de quem levava a coça? E ela, não a mãe, foi se revoltando...
O que vem ao caso é que aos dezessete anos já há muito tempo trabalhava e ganhava seu dinheirinho. Aproveitou este dinheirinho e pagou um curso técnico de enfermagem.
Era uma correria. Saía do trabalho, onde dormia, e ia pro curso que começava ás dezenove horas.
Conseguiu concluir o curso. Estava orgulhosa de si. Prestou concurso. Passou. Foi chamada. É lógico, depois de quase vencer dois anos. Era pela prefeitura, num CAIS. O salário? Pouco mais de um salário mínimo. Para completar, trabalhava num hospital particular também. Era a semana inteira sem dormir de noite. De dia, trabalhava nos trabalhos rotineiros de dona de casa. Era muito perfeccionista com limpeza e organização. Nesse meio tempo já tinha se casado.
Depois de mais de dois anos casada não conseguia engravidar. Então resolveu fazer uma promessa. Ela adotaria uma criança negra, porque é real que num país preconceituoso, para estas crianças é difícil serem introduzidas ao lar da maioria de brancos. É fato. Foi atendida. Nasceu um menino. Depois de muito tempo cumpriu a promessa e também não teve mais filhos.
Seu marido era um homem tranquilo, ajudava muito nas tarefas de casa. Mas ela com o tempo se tornara rude, exigente, maníaca com limpeza e organização. Sargento mesmo.
Ganhou um terreno e começou a construir. O marido foi o pedreiro e ela o servente. Isto tudo nas horas vagas.Sua casa ficou pronta. Mas sempre faltava algo e a casa viveu em frequentes reformas até se completar no mais ou menos ideal. Será?
Passou no concurso da saúde em esfera federal. Hospital das clínicas. Este pagava bem. Mas não largou o do CAIS. Largou o do hospital particular.Foi enchendo a casa de todo o aparato consumista, financiamentos, etc. Cartões com limites médios. Viagens de férias, almoços para a família, churrascos, ceias de Natal. Tudo realizado em sua casa. Salão de beleza toda semana. Sapato novo. Enfim,...
Os filhos foram crescendo e o apego às coisas também. Cresceu ainda mais a agonia por limpeza e organização. Não se sabe sé era doença mas via bactérias até na boca do marido, evitava de beijá-lo.
Um dia começou a mediunizar bactérias. Ela as via literalmente. Via se movimentando no ar como borboletas. Via nos pratos, na pia, no cachorro, no gato, nas plantas, no banheiro, em seu corpo, nas pessoas. E não era coisa de sua imaginação não. Ela via mesmo.
E era como se seus olhos tivessem virado microscópio, como que se tivessem lhe implantado lentes de aumento. Mesmo com os olhos fechados , via.
Passou a limpar, limpar que não mais via em sua volta a própria vida e os benefícios de suas conquistas.
Ela era um microscópio, só enxergava coisas minúsculas.
Ela, a vidente, ela perfeita, máquina...limpeza!
Será que Freud explica?
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
Origame
Um ponto:
De luz
Opinião
Um ponto:
Final
Terminal
no ponto
Um ponto:
De espera
Táxi
Bolsa
Um ponto:
De partida
Chegada
escuridão
Um ponto
De encontro
Desencontro
de linhas
Paralelas
retângulo
que se
dobram
Origame
V
I
D
A
S
De luz
Opinião
Um ponto:
Final
Terminal
no ponto
Um ponto:
De espera
Táxi
Bolsa
Um ponto:
De partida
Chegada
escuridão
Um ponto
De encontro
Desencontro
de linhas
Paralelas
retângulo
que se
dobram
Origame
V
I
D
A
S
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Raiva
Tenho vergonha de ter raiva:
Das pessoas que
monopolizam atençao,
das que falam alto,
fazem chantagem por sexo,
casa desorganizada,
lentidão
Tenho vergonha de ter raiva:
De Deus que privilegia.
Desses humanos
que viajam pra Paris.
De não poder comer
o que gosto
pra guardar
o dinheiro do
transporte
para chegar
ao trabalho
Tenho vergonha de ter raiva:
de intelectuais
que se acham
bonitos
e corretos
quando o meu
dente
doi
e não posso
sorrir
Tenho vergonha de ter raiva:
De acordar cedo
repetir sorrisos
descorados
num bom dia já cansado
antes da boa noite e
dormir
Tenho vergonha de ter raiva
De mim,
De você
que todo dia
me cobra coisas
que eu não consegui
Tenho vergonha de ter raiva
Dos meus direitos
que não resguardo
por comodismo
ou por esta cotidiana
vergonha
Tenho vergonha e raiva
De mim
do sol de todos
que Deus olha
e não me vê,
já que dizem que olha
pra todo mundo
Tenho vergonha de ter raiva
De rotularem
culpa
que não houve
luta,
que escolhi
Tenho vergonha e raiva
De engolir aquele
PALAVRÃO
Vamos
a...
Das pessoas que
monopolizam atençao,
das que falam alto,
fazem chantagem por sexo,
casa desorganizada,
lentidão
Tenho vergonha de ter raiva:
De Deus que privilegia.
Desses humanos
que viajam pra Paris.
De não poder comer
o que gosto
pra guardar
o dinheiro do
transporte
para chegar
ao trabalho
Tenho vergonha de ter raiva:
de intelectuais
que se acham
bonitos
e corretos
quando o meu
dente
doi
e não posso
sorrir
Tenho vergonha de ter raiva:
De acordar cedo
repetir sorrisos
descorados
num bom dia já cansado
antes da boa noite e
dormir
Tenho vergonha de ter raiva
De mim,
De você
que todo dia
me cobra coisas
que eu não consegui
Tenho vergonha de ter raiva
Dos meus direitos
que não resguardo
por comodismo
ou por esta cotidiana
vergonha
Tenho vergonha e raiva
De mim
do sol de todos
que Deus olha
e não me vê,
já que dizem que olha
pra todo mundo
Tenho vergonha de ter raiva
De rotularem
culpa
que não houve
luta,
que escolhi
Tenho vergonha e raiva
De engolir aquele
PALAVRÃO
Vamos
a...
terça-feira, 4 de outubro de 2011
Crucifixação
Hoje uma notícia no jornal de Goiânia deixou leitores indignados, enternecidos e incrédulos. Ficaram com o coração agoniado e até doendo. Exagero? Não. Mas mirem:
HOMEM PRESO POR MALTRATAR CAVALO
"Agressões do carroceiro José Reis foram tão intensas que animal precisou ser sacrificado. Ele pode pegar até um ano de detenção e pagar multa de R$ 3 mil.
No início da manhã de ontem, um cavalo de aproximadamente 5 anos teve de ser sacrificado pela equipe do Centro de Zoonoses, depois de ter sido espancado brutalmente pelo proprietário..."
Os moradores presenciaram quando o carroceiro começou a agredir o animal que por causa do peso da carroça não conseguia se levantar. Então o monstro começou a chutar, dar pauladas, murros no animal. Os moradores chamaram a polícia, que chegou e encontrou o animal agonizando. Segundo a polícia já é o terceiro cavalo que é vítima dos maltratos. Ele pode pegar pena de um ano de detenção e pagar multa. O cavalo foi sacrificado. Estava sofrendo muito.
Quanta monstruosidade contra um animal que já sofre pela escravidão e não revida. Já é triste a sua condição e mesmo assim é tratado de uma forma...Sem palavras: eu chorei. E vem uma voz que me impele a agir mas uma força me detém. O que fazer? Não tem coisa que me deixa mais em pânico do que ver o maltrato contra animais e com o cavalo o pânico é mais forte porque ele é humilde e manso e não se rebela. Lembra-me muito crucifixação. Estou mal. Será que é normal se sentir assim? Acho que tenho que procurar um analista. Sério!
HOMEM PRESO POR MALTRATAR CAVALO
"Agressões do carroceiro José Reis foram tão intensas que animal precisou ser sacrificado. Ele pode pegar até um ano de detenção e pagar multa de R$ 3 mil.
No início da manhã de ontem, um cavalo de aproximadamente 5 anos teve de ser sacrificado pela equipe do Centro de Zoonoses, depois de ter sido espancado brutalmente pelo proprietário..."
Os moradores presenciaram quando o carroceiro começou a agredir o animal que por causa do peso da carroça não conseguia se levantar. Então o monstro começou a chutar, dar pauladas, murros no animal. Os moradores chamaram a polícia, que chegou e encontrou o animal agonizando. Segundo a polícia já é o terceiro cavalo que é vítima dos maltratos. Ele pode pegar pena de um ano de detenção e pagar multa. O cavalo foi sacrificado. Estava sofrendo muito.
Quanta monstruosidade contra um animal que já sofre pela escravidão e não revida. Já é triste a sua condição e mesmo assim é tratado de uma forma...Sem palavras: eu chorei. E vem uma voz que me impele a agir mas uma força me detém. O que fazer? Não tem coisa que me deixa mais em pânico do que ver o maltrato contra animais e com o cavalo o pânico é mais forte porque ele é humilde e manso e não se rebela. Lembra-me muito crucifixação. Estou mal. Será que é normal se sentir assim? Acho que tenho que procurar um analista. Sério!
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Desequilíbrio
Vamos puxar o tapete?
Deitar o deleite?
Buscar o sabonete
e lavar a alma suja
e mau cheirosa
desse aval infernal
do cotidiano?
Chega de ser correto
Ser correto é chato
Que ordem sem
graça tem as coisas
O desequilíbrio
é que traz o novo!
Deitar o deleite?
Buscar o sabonete
e lavar a alma suja
e mau cheirosa
desse aval infernal
do cotidiano?
Chega de ser correto
Ser correto é chato
Que ordem sem
graça tem as coisas
O desequilíbrio
é que traz o novo!
incógnita
Nas entrelinhas
sem linhas
respostas guardadas
ponto de interrogação
Quem é você?
Rebeldia
teimosia
Pra quê?
A incógnita da
equação
igualitar
resolver
Quem é você?
Nas entrelinhas
sem linha descobrir
Que teimosia
Gostas de matemática?
Códigos?
Dois e dois são quatro
São mesmo?
Prazer em te conhecer
Você
equação
Gostas de matemática?
pedir ajuda?
melhor esquecer
nas entrelinhas
sem linhas
percorrer
reconhecer
Equação sem resposta
sem linhas
respostas guardadas
ponto de interrogação
Quem é você?
Rebeldia
teimosia
Pra quê?
A incógnita da
equação
igualitar
resolver
Quem é você?
Nas entrelinhas
sem linha descobrir
Que teimosia
Gostas de matemática?
Códigos?
Dois e dois são quatro
São mesmo?
Prazer em te conhecer
Você
equação
Gostas de matemática?
pedir ajuda?
melhor esquecer
nas entrelinhas
sem linhas
percorrer
reconhecer
Equação sem resposta
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