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Atraso

Tava pensando no atraso. Ele faz bem porque pode  evitar um acaso sem culpa. Pode celebrar a vida no paraíso ou evitar a causa do falecido....

domingo, 25 de abril de 2010

Casos e causos

Dona Rita era um senhora de uns oitenta anos. Morava com seu filho Zé Pedro em um povoado tranquilo. Põe tranquilo nisso! Das trinta casas, só dez eram habitadas.Além disso eram habitadas por idosos, aposentados, fugitivos da polícia, da agitação. Os jovens? Se mandavam pra cidade vizinha ou pra capital em busca de estudo ou trabalho.Era um sossego só. As mulheres idosas ou de meia idade ficavam nas portas da casa a dar fé em tudo ou o pouco que acontecia. Esqueciam até de suas vidas.Os homens? Os que tinham uma certa virilidade viviam contando vantagens sobre pegar aquela turista (sim, porque na cidade não havia quem pegar, eram todas parentes).

Mas, vamos ao que importa. Dona Rita, segundo os radares do povoado, era macumbeira. Será? Uns punham panos quentes dizendo que era espírita, tipo Alan kardec, do bem. Mas afirmaram que era macumbeira mesmo. Diziam que mesmo depois de morta ela dava vista de sua presença na escola que lecionou. Era professora. E, como em povoado há pouco emprego, lutava como cão para defender seu território. Tinha uma tal de Luzia que queria seu cargo e conseguiu mas de repente ficou louca a agir de forma muito esquisita.Será?

Rosana era uma mulher baixinha, morava em frente a Dona Rita, numa encruzilhada e vivia às turras com Dona Rita. Ela tinha dois filhos e um marido que trabalhava na roça. Um dia Zé Pedro foi na vendinha de Rosana trocar dez Reais. Ela trocou. Ele saiu rindo baixinho. Ela desconfiou e seus cabelos ficaram arrepiados e não havia jeito de acalmar. Ouviu um barulhão no quintal. Passou pela área onde os dois filhos que dormiam em duas redes. Acordaram chorando. Ela chegou no quintal.Suas galinhas índias estavam todas brigando , se matando. A porca que tinha oito filhotinhos virou canibal e estava mordendo seus porquinhos, rancando sangue. Ela percebeu a macumba e tentou rezar o pai-nosso a Ave-Maria, Credo(era uma rezadeira famosa na cidade) e as palavras saiam ao contrário, fugiam de sua boca. Se desesperou, tava tonta, confusa. Seu marido chegou mais cedo da roça, desfigurado, em transe com um pedaço de pau ameaçando-a. Ele era muito tranquilo. Rosana se desesperou. Ela foi então na casa de Dona Rita, bateu palmas, mas ninguém saiu. Então, ela invadiu. Entrou. Procurou. Ouviu um som vindo do quarto, Entrou e viu Dona Rita e Zé pedro lendo um papel em voz alta"mate, mate..."Nisso o marido de Rosana entra com o pedaço de pau na mão. Ela toma o papel das mãos de Dona Rita, o rasga. O marido larga o pedaço de pau. Não entende o que estava fazendo ali. Rosana começa rezar uma oração que falava de uma estrela.Discute com Dona Rita. Sai ela e o marido pra casa. A porca estava tranquila amamentando seus filhotinhos, as galinhas que restaram, ciscando o chão comendo minhocas.

Rosana contava isto na igreja. Era muito religiosa e era sempre ela que chamavam pra rezar o último terço quando uma pessoa morria.

É, não se sabe se tem fundamento mas que a história tem detahes, isso tem. Que imaginação!!

É possível acreditar! Cruzes!!!

E ainda, Rosana disse que depois que Dona Rita morreu foi encontrada na casa uma boneca negra com roupa de tecido de um vestido de Luzia, a doida. Além do mais tinha sapo, perereca, com a boca costurada e dentro da boca haviam nomes de pessoas. No cemitério mesmo, foram encontradas muitas bonecas de pano enterradas.

4 comentários:

Íthalo Iankel disse...

Wowww...!
Eu acredito nessas coisas. Achei ótima a história, muito bem narrada. E curiosa.

Até mais!!!

Unknown disse...

MuitoOo interessante...engraçada principalmente...Adorei!!!

Unknown disse...

Gostei muito,quando li fiquei tao envolvida que imagava os personagens...ficou otima!!!

Mágna Cavalcante disse...

Por aqui a gente ouve falar muito sobre estas coisas, se são verdadeiras ou não, eu não quero nem saber. Rs. Muito bom, Lu.