Ontem eu fui grande. Grande como um desejo de comer chocolate, de caminhar ao amanhecer. Grande, ajoelhada em frente à cruz. Grande, pensando no ego. E que ego! Ontem investi anos em sonhos não realizados. Pensei conhecer pessoas, cidades, a vida e o destino. Ontem eu fui, hoje eu fui, amanhã...Desisti de remar, deixe a onda se apropriar. Ontem. A estrada é de terra e no fim o que vier, saber ou não saber. Crer, descrer. Morrer na praia. Como a vida muda e o fim dela é o mesmo, não adianta espernear.
Hoje... Que hoje? O que vier é lucro. Pessoas, oportunidades, desejos e remédios. Hoje...Que hoje? Poucas são as cores, muito gelo. O oco das mentes, a frieza dos relacionamentos. E você? E eu... apenas oco. Será? Mentes misteriosas.
Amanhã pensar pequeno, adormecer planos, reclamar do chocolate que te faz mal, caminhar no corredor de um hospital, ajoelhar em frente à vida. Pequena pensando...Sonhos?Pessoas se revelando, pessoas. A estrada é de asfalto.Saber? Descrer. Praia? Morrer? Remédios para o oco. Mentes desalinhadas.
Um comentário:
Há sempre um amanhã a nos liberar o ontem. É isso que nos salva.Muito bom seu texto, Lu. Beijo. f.
Postar um comentário