Ela pensa: Não dá mais tempo. E o tempo sempre é a sua palavra predileta como a cor roxa, como chocolate é a sua comida ou ler é seu hábito. Acredita ou tenta acreditar que terá outra chance em outra vida. E as músicas tristes fazem parte de uma trilha sonora inventada para dar sentido à vida que nunca escolheu.
E junto à festa, pessoas, risos, ela entristece. Mas quando há tristeza em volta ela sente paz. Ela tenta mostrar felicidade mas em todos os seus atos
há uma fumaça negra em sua vontade de viver. Decepciona muito com as pessoas
que não pensam como ela e maltrata quem a ama mesmo sem entendê-la.
Como pode? Suas opções a levaram no que é e mesmo assim culpa as outras pessoas a este estado de insatisfação frequente. Quer realizar um ato de desistência mas tem medo. Ou é esperança? De que algo novo aconteça como no livro que lê, ou na música que houve. É movida ao que lê e ouve. Mas e os outros ingredientes da vida?
Nem o doce desenlaçar de palavras,como escrever, consegue mais. Todas as palavras parecem que já foram ditas ou escritas de um jeito ou de outro e todas as músicas e pessoas esgotaram seus argumentos de emoções e surpresas. Suas mãos também pararam, cruzadas num gesto de cansaço aprisionadas pelo desânimo.
O fim está chegando e o que era importante, vital e emocionante ...
Como é agoniante contar o tempo quando ele é pouco.
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