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Atraso

Tava pensando no atraso. Ele faz bem porque pode  evitar um acaso sem culpa. Pode celebrar a vida no paraíso ou evitar a causa do falecido....

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Resíduos

No salutar labutar mais um dia que cheira a detergente e água sanitária. Também cheira a perfume infantil. Se envolve nesta mistura de aromas, o cheiro de alho e cebola. Cheiros comuns de dias comuns mas que alimentam. Também inquietam sons do começo do dia como os dos pássaros na mangueira saldando a luz que desponta. É uma algazarra só. Incomoda, acorda.

E os sons vão chegando diferenciados e por fim misturados formando o dia.

O odor do café fresco e os sons se misturam em cores e ansiedade.

Vai começar a dança e trabalho das letras como moléculas aquecidas.

É o dia.

Mas pessoas tentam sair dessa rotina. Tudo poderia acontecer se não fosse o frio. Paisagens e acampamentos, noites mal dormidas.

E, na barraca, de dia, dormem. Pessoas cansadas da rotina.

Numa suposta área preservada mas com piscina e camping desmatado,estas pessoas pensam que respiram tentando se entrelaçar à natureza.

No café produtos urbanos. No almoço enlatados e frutas intoxicadas. Verduras temperadas com saquinhos com marcas japonesas.Piscinas cloradas misturadas a amônia.

Vão embora, deixam nos lugares cheiros de sabonete, bronzeadores, protetores solares, tocos de cigarros, latinhas de cerveja, sardinhas, salsichas. Enfim, deixam resíduos urbanos.

E, mesmo tentando, nunca esta rotina é descartada. A vida é indústria. E invade o mato. Músicas enganam, suavizam a origem de tudo.

O frio despede o ânimo e movem folhas enfumaçadas que caem e se juntam com restos de indústria e formam palavras soltas, sem coesão e coerência do objetivo: fuga.

Não há como fugir da incivilizada civilização.

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