Há inquietação
em tudo que seca
Da língua presa
que não se desdobra
naquilo que diz
Há inquietação
No desejo de ser só
Do insistente aproximar
de gestos gentis
Há inquietação
Do ódio de si
pelo pássaro preso
na garganta
Dos morcegos
no coração
Há inquietação
Dos pés em brasa
Das palavras que
saltam de mãos vazias
Do silêncio
e o eco de palavras
presas
Palavras soltam
pássaros
acendem luz
espantam morcegos
derrubam besouros
banham de salmora calos
retiram paredes
desmanchando o eco
Todos os gestos
Secos
presos
infelizes
egocêntricos e ingratos
resumem-se em palavras
Palavras
Presas
na escrita
lida apenas
pelos olhos
sem pronunciar
uma única só palavra
E o silêncio...
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