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Tava pensando no atraso. Ele faz bem porque pode  evitar um acaso sem culpa. Pode celebrar a vida no paraíso ou evitar a causa do falecido....

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Os olhos do camaleão


Quarta-feira. Sala de aula. Crianças de sete anos e o entusiasmo de apresentar uma pesquisa. A professora animada. Os alunos mais ainda. Alvoroço. Competição. Fuxicos. Bronca. Silêncio! Agora sim. O menino lê a sua pesquisa tropeçando nas palavras. A professora corrige. Pede que pare um minutinho. Quer comentar. Eles querem também. Ufa! A professora também aprende. Ela não sabia, que legal! A pesquisa? Ah, é sobre um bichinho engraçado: o camaleão. Ele muda de cor para se adaptar ao ambiente e enganar os predadores. Parece os humanos, não é mesmo? Também tem uma língua bem comprida. Parece língua de sogra. Mas o que as crianças mais gostaram foi dos olhos do camaleão. Descobriram que cada olho pode ter focos diferentes. Assim, quando um olho olha pra frente o outro pode olhar para trás, resultando dois campos de visão diferentes e ao mesmo tempo. Legal, né? A turma achou. Só que na sala tinha uma menininha com problema de foco nos olhos também. Ela é "vesga". Opa, não pode falar isto! Ela é estrábica. Não é que o Carlinhos notou uma certa "semelhança" com os olhos do camaleão? Pois é, ele percebeu que os olhos de Aninha pareciam com os olhos do camaleão e soltou o verbo "Gente, os olhos da Aninha são iguais aos do camaleão!" Aninha se aborreceu? Achou o máximo! Pensou que era elogio pois gostou muito do camaleão. Que foco foi a visão dela!

2 comentários:

Fn disse...

Não haverá um único adulto que não fique com pena de Aninha, a quem devíamos, sobretudo, admirar. É a vida? Nada... é o que fazemos dela. Viva a criança!

Fn disse...

Ah, esqueci de elogiar...rs O texto e o enfoque. Parabéns.